Você já deve ter ouvido falar em Esclerose Múltipla, certo?
Em um primeiro momento, o nome da doença assusta e desperta diversas dúvidas a respeito das causas, gravidade e formas de tratamento.
Por essa razão, preparamos uma matéria com informações gerais da enfermidade, como diagnosticar os principais sintomas e as maneiras de elevar a qualidade de vida dos pacientes.
Mas antes de qualquer coisa…
O que é a Esclerose Múltipla?
Também conhecida como EM, a esclerose múltipla é uma doença onde inflamações nas membranas que envolvem os neurônios – chamados mielina – causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo do paciente.
“Em outras palavras, ela é uma doença autoimune, crônica e progressiva que ocorre quando o sistema imunológico confunde células saudáveis (da bainha que protege os nervos) com células invasoras e começa a atacá-las, causando lesões cerebrais e medulares”, aponta o Dr. Renato Sartori, Médico Radiologista do CURA grupo em São Paulo.
De acordo com a MS International Federation, a EM afeta 2,3 milhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, a estimativa é de que 35.000 pessoas convivam com a doença – segundo a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.
“A Esclerose Múltipla se manifesta em qualquer idade, inclusive em crianças mas é mais comum em mulheres de 20 a 40 anos. Ela é também mais frequente em populações caucasianas, ou seja, de origem européia”, reforça Sartori.
A boa notícia é que o diagnóstico de esclerose múltipla não é sinônimo de redução de vida ou de um futuro interrompido. Pelo contrário, com acompanhamento médico, tratamento correto e a adoção de um conjunto de cuidados, é possível manter a autonomia e a qualidade de vida do portador.
É importante você saber que a Esclerose Múltipla…
• Não é uma doença contagiosa
• Não é doença mental
• Não tem cura e seu tratamento consiste em minimizar os sintomas, desacelerando, assim, a progressão da doença.
• A EM é foco atual de vários estudos no mundo, o que gera significativa evolução na qualidade de vida dos diagnosticados.
Tipos de Esclerose Múltipla
Você sabia que a Esclerose Múltipla se manifesta de 3 formas? Conheça agora as características de cada uma delas…
1. EMRR – Remitente-recorrente: Corresponde a 85% dos casos de esclerose múltipla. É caracterizada pela ocorrência dos surtos em média uma vez por ano, geralmente nos primeiros anos da doença, a maioria com recuperação completa e sem sequelas severas.
2. EMSP – Secundária progressiva: metade dos EMRR evolui para esta forma. Neste quadro, os pacientes não se recuperam mais plenamente dos surtos, acumulando seqüelas mais agudas, como maior dificuldade para andar ou perda visual definitiva.
3. EMPP – Primária progressiva: é forma da doença onde os surtos pioram gradativamente.
Causas
Até o momento, ainda não há causas comprovadas do que possa provocar a doença, entretanto, já existe uma relação da enfermidade com alguns fatores, entre eles:
• Genética: Pessoas com histórico familiar de Esclerose Múltipla possuem maior probabilidade de ter a doença. Irmãos, por exemplo, tem de 2 a 5% de chances.
• Vírus: Para alguns especialistas, os vírus Epstein-Barr (mononucleose) e Varicela-zoster também estão associados às causas da esclerose múltipla.
• Ambiente: É sabido que alguma reação autoimune acontece no corpo da pessoa ao ser inserida em determinado ambiente e exposta aos seus agentes. De acordo com alguns estudos, uma delas é falta de exposição solar de bebês nos primeiros anos de vida.
• Hormônios: Alguns especialistas acreditam que a progesterona e o estrogênio – hormônios femininos – podem extinguir alguma atividade imunológica, e, com isso, causar a esclerose múltipla Já a testosterona, por exemplo, pode suprimir a resposta imune.
Sintomas
Há uma ampla variação de intensidade e gravidade dos sintomas relacionados a EM. Algumas pacientes têm sintomas que nunca desaparecem, fortes e por toda a vida, enquanto outros apresentam pouco ou leves apenas por algumas fases.
Conheça os mais comuns:
• Formigamento
• Visão dupla ou turva
• Dores crônicas – como as de cabeça ou facial
• Dificuldades cognitivas (falta de atenção, perda de memória…)
• Perda de força
• Incontinência urinária
• Fadiga extrema
• Espasmos musculares
• Falta de equilíbrio
• Depressão
É importante se atentar aos sinais e persistência desses sintomas e procurar um especialista para diagnóstico preciso o quanto antes.
Diagnóstico e Exames
Para um diagnóstico assertivo do caso, é necessário uma investigação detalhada do histórico do paciente e alguns testes e exames solicitados pelo médico especialista.
Primeiramente, o exame mais indicado para diagnóstico da EM é a Ressonância Magnética (RM), que permite identificar a doença ainda em seus estágios iniciais.
Para fechar o diagnóstico, alguns outros procedimentos são indicados:
• Punção lombar para análise do líquido cérebro-espinhal (liquor);
• Teste de função neurológica: força, caminhadas, reflexos.
• Exames de sangue para exclusão de outras doenças.
Tratamento
Uma vez confirmado o diagnóstico, é indicado o início imediato do tratamento, que tem como dois dos principais objetivos, reduzir o número de surtos e o acúmulo da incapacidade – já que a doença não tem cura.
Atualmente, existem diversos medicamentos que auxiliam no tratamento. É o caso das Terapias Modificadoras da Doença (TMD) – que ajuda a combater os sintomas e retardar a progressão da doença.
Além do tratamento farmacológico, é indicado outras formas de terapia e tratamento paralelos, entre eles:
• Fisioterapia
• Fonoterapia
• Terapia Ocupacional
• Apoio psicológico
Informações adicionais
Como dissemos anteriormente, diversos estudos e avanços em relação ao tratamento da doença vem sido publicados o que favorece de forma efetiva a qualidade de vida dos pacientes.
Por outro lado, ainda não há formas de prevenção comprovadas ou alguma vacina para se prevenir da doença.
Nesta linha, alguns hábitos e condições podem ser fatores contribuintes para o aparecimento da doença.
Acredita-se que é possível evitar até 60% dos casos da doença mantendo níveis ótimos de vitamina D, prevenindo a obesidade e sem tabagismo,
Por isso, sempre ressaltamos em nossos artigos a importância de manter um estilo de vida saudável e sustentável. Isso serve não só para a prevenção de diversas doenças como para manter sua qualidade de vida elevada.
Para te ajudar neste processo, listamos seis dicas de autocuidado:
Que tal escolher três deles e incluir no seu dia a dia?
Vamos lá!
• Pratique exercícios físicos com regularidade,
• Visite seu médico com frequência
• Realize seus exames de rotina
• Priorize uma dieta balanceada, rica em verduras, frutas e legumes e evitando doces, gorduras e ultraprocessados.
• Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas em abundância
• Beba água!
Por fim, onde fazer os exames preventivos?
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